domingo, 13 de março de 2011

1º Ano - A história da Ed.Física

1.3 – ORIGEM E EVOLUÇÃO DA ED. FÍSICA

A História da Educação Física relaciona-se com todas as ciências que estudam o passado e o presente das atividades humanas e a sua evolução. O homem, condicionado à situações de ser pensante, desempenhou, em todas as etapas da vida, um papel importante na história da educação física, a qual se propõe a investigar a origem e o desenvolvimento progressivo de suas atividades físicas, através do tempo: sua importância, as causas de seu apogeu e da sua decadência.
A educação física evolui à medida que se processa a evolução cultural dos povos. Assim, a sua orientação no tempo e no espaço está em sintonia com os sistemas políticos, sociais, econômicos e científicos vigentes nas sociedades humanas.
Na Pré-História havia a preocupação do desenvolvimento da força bruta, sob o ponto de vista utilitário-guerreiro, sem idéia definida do ponto de vista moral.
Na Antiguidade, os gregos, entretanto, mais evoluídos, visavam ao desenvolvimento físico e moral do homem. Nesse período, a educação física visava o aspecto somático, harmonia de formas, musculatura saliente, sem exagero, de onde surgiram os atletas de porte esbelto. É a fase anatômica da educação física. Já entre os romanos, que herdaram com a conquista da Grécia as atividades físicas dos gregos, em plena decadência, orientavam a educação física, objetivando o desenvolvimento das massas musculares. Pouco se dedicavam à cultura intelectual e muito menos a da moral.
Ramos Pré-históricos
Estuda a origem e a prática da educação física desde o aparecimento do homem sobre a terra, ao início da antiguidade oriental.
Idade da Pedra: Época em que os instrumentos eram feitos de "Sílex". Nesse período, o homem melhora a sua biomorfologia e a musculatura torna-se mais forte; manifesta seus sentimentos através das lutas, danças e gestos mímicos; à proporção que se evoluía e se aperfeiçoava, a atividade muscular se adapta às condições novas; quando as sociedades se constituíram, os fortes dominavam os fracos, porque só podia ser chefe quem tivesse poderosa musculatura, compreende:
Período da pedra lascada ou Paleolítico
Período da pedra polida ou Neolítico
Idade do Metal: É o período em que os instrumentos de pedra são substituídos pelos de metal. Inicia-se a formação das sociedades, à medida que o homem adquire consciência de suas atitudes, estreita os laços da família, formam as cidades e os Estados; os objetos encontrados revelam as atividades manuais: os jogos, as danças, marchas, corrida, saltos, lutas, remo e nado.
Período do Bronze
Período do Ferro



1.4 - Afinal, porque devemos estudar a História da Educação Física na escola?

Bem, todos nós temos um passado. Esse passado de alguma maneira influencia diretamente em nossas ações presentes. E o estudo da história nos ajuda a entender melhor essas condições que nos cercam, as possíveis injunções do passado no presente. Em palavras mais simples, entender o passado nos ajuda a compreender o motivo de agirmos de determinadas maneiras ou as razões por que achamos que algumas coisas são de uma maneira a qual não aceitamos mudança. Por exemplo, por que motivo algumas pessoas têm preconceito contra negros? Isso é explicado estudando o período da história em que o homem branco escravizou toda uma população de homens e mulheres negros.

O presente é fruto principalmente de acontecimentos do passado, de atitudes feitas por nós e nossos antepassados no passado.

No caso específico da Educação Física na escola, é interessante que o aluno saiba o motivo de certos pré-conceitos. Por exemplo: por que algumas pessoas pensam que aula de Educação Física é correr e fazer exercícios físicos até ficar cansados? Por que outros acham que é um simples momento de lazer, aonde se vai para jogar futebol? Ou que nas aulas de Educação Física deve haver uma divisão entre homens e mulheres?

Essa é a idéia principal de estudar a história da Educação Física no ensino médio. Trazer o entendimento sobre esses pré-conceitos, de maneira a fazer com que os alunos vejam a disciplina Educação Física como uma disciplina importante, que tem seus próprios conteúdos e que deve ser levada a sério como as demais. Além disso, o estudo de textos dissertativos proporciona aos alunos a capacidade de interpretação de texto, que os ajudará em todas as outras disciplinas.

Neste pequeno trabalho será feita uma visão geral da história da Educação Física no mundo e depois entraremos na parte principal do trabalho, onde serão abordados alguns períodos específicos pelos quais a Educação Física passou. Esses períodos foram estudados através de vivências mais práticas e discussões coletivas nas aulas e agora serão estudados de uma maneira mais teórica e profunda por quem não pôde estar presente nessas aulas.

Uma visão geral da Educação Física no mundo

Quando falamos em Educação Física, estamos nos referindo ao movimento humano. Hoje, Educação Física é uma ciência que cresceu muito. Ela tem como objeto de estudo o corpo humano em movimento e suas potencialidades.

Mas se considerarmos a Educação Física como todas as possibilidades que o homem tem para se movimentar, a origem da Educação Física está na própria história do homem. Na Pré-História havia a preocupação do desenvolvimento da força bruta, sob o ponto de vista utilitário-guerreiro, sem idéia definida do ponto de vista moral. O homem primitivo tinha necessidade de lutar, fugir ou caçar para sobreviver. E os movimentos básicos utilizados naquela época ainda são usados hoje. Desde que o homem assumiu uma postura ereta ele corre, salta, arremessa, nada, empurra, puxa etc. Esses movimentos são utilizados em várias atividades do homem moderno – esportes, lazer, dia-a-dia, etc.

Ao longo de sua evolução, o homem passou a ter consciência desses movimentos e percebeu que o exercício (ou seja, a prática constante desses movimentos) levava ao aprimoramento. Povos antigos como os chineses, japoneses, espartanos e muitos outros treinavam seus homens para a guerra. O treinamento era algo essencial para a vitória na guerra, pois através dele os guerreiros aumentavam sua força física e desenvolviam outras habilidades, como trabalho em equipe, deslocamentos em silêncio, etc.

Mas não eram somente os motivos da guerra que levaram o homem a se movimentar conscientemente. Gradativamente na história o homem percebeu que atividades físicas com uma certa intensidade trariam benefícios fisiológicos, morais, religiosos (sem esquecer guerreiros). E muitos povos antigos utilizaram-se, em menor ou maior grau, desses benefícios.

Sem dúvida nenhuma civilização marcou e desenvolveu tanto a Educação Física como a civilização grega. Nomes como Sócrates, Platão, Aristóteles, e Hipócrates contribuíram e muito para a Educação Física, atribuindo conceitos até hoje aceitos na ligação corpo e alma através das atividades corporais e da música. Sócrates uma vez disse: "Na música a simplicidade torna a alma sábia; na ginástica dá saúde ao corpo". É de Platão o conceito de equilíbrio entre corpo e espírito ou mente. Os sistemas metodizados e em grupo, assim como os termos halteres, atleta, ginástica, pentatlo, entre outros, são uma herança grega. As atividades sociais e físicas eram uma prática até a velhice lotando os estádios destinados a isso.

Os gregos visavam ao desenvolvimento físico e moral do homem. Nesse período (Antiguidade), a Educação Física visava a harmonia de formas, musculatura saliente, sem exagero, de onde surgiram os atletas de porte esbelto. É a fase anatômica da Educação Física. A célebre frase "Mens Sana in Corpore Sano" (Mente Sã em um Corpo São) vem desse período romano.

Roma conquistou a Grécia, e essa parte da cultura corporal grega entrou na cultura romana. Já a queda do império romano foi muito negativa para a Educação Física, principalmente com a ascensão do Cristianismo que perdurou por toda a Idade Média. O culto ao corpo era considerado um verdadeiro pecado pela Igreja Católica. Por conta disso e de muitos outros fatores, esse período foi chamado por alguns autores de "Idade das Trevas".

Como o homem sempre teve interesse no seu próprio corpo, o período da Renascença fez explodir novamente a cultura física, as artes, a música, a ciência e a literatura. A beleza do corpo, antes pecaminosa, é novamente explorada surgindo grandes artistas como Leonardo da Vinci, responsável pela criação utilizada até hoje das regras proporcionais do corpo humano.

Consta desse período o estudo da anatomia e a escultura de estátuas famosas como, por exemplo, a de Davi, esculpida por Michelângelo. Considerada tão perfeita que os músculos parecem ter movimentos. A dissecação de cadáveres humanos deu origem à Anatomia como a obra clássica "De Humani Corporis Fábrica" de Andrea Vesalius.

A volta de Educação Física escolar se deve também nesse período a Vitorio de Feltre que em 1423 fundou a escola "La Casa Giocosa" onde o conteúdo programático incluía os exercícios físicos.

Educação Física Primitivista

O homem primitivo deslocava-se de um lugar para outro a procura de alimentos, marchando, correndo, trepando, nadando, saltando e lançando as suas diferentes armas de arremesso. Pela repetição contínua desses exercícios, na luta pela sobrevivência, aperfeiçoava as funções educando-as gradativa e inconscientemente. Devemos lembrar que somente depois o homem passou a ter a consciência desse movimento.

As atividades físicas dos povos primitivos desenvolveram-se tendo em vista, não somente as necessidades fisiológicas, mas, acima de tudo, a sua aplicação utilitária, tudo com base na imitação das diferentes fases das ocupações diárias (o aprendizado era, então, resultado da imitação). Os exercícios corporais se caracterizam pelas lutas, pelos jogos, pelos combates simulados ou verdadeiros, armados, com ou sem proteção. Sem contar as danças. Eles costumavam dançar para as boas colheitas, para as caças. Os povos indígenas trouxeram muitos desse costume, pois eles tinham o hábito de dançar em várias ocasiões (casamentos, guerras, mortes, chuva, colheitas, caça etc.).

Educação Física Higienista

No final do século XIX e início do século XX (quem tiver interesse em procurar nos livros de História do Brasil, é o período dos anos finais do Império e começo da Primeira República), as aulas de Educação Física propunham uma ênfase na saúde. O papel principal desta disciplina era a formação de indivíduos fortes, saudáveis e propensos à aderência a atividades boas em detrimento de maus hábitos. Tinha por finalidade “proporcionar aos alunos o desenvolvimento harmonioso do corpo e do espírito, formando o homem física e moralmente sadio alegre e resoluto”.

Aliás, esse é um ponto comum entre todas as concepções e momentos históricos da Educação Física. Atividade física é sinônimo de saúde. Nesse período chamado de Higienista, essa idéia estava em primeiro plano. Foi um período tão forte que algumas faculdades de Educação Física atuais dão ênfase a esse ponto em seu currículo.

É desse período que se vem a idéia de que os jogos, o desporto, a ginástica, as atividades físicas como um todo afastam os jovens das drogas e de tudo aquilo que pode destruir uma sociedade. A saúde do corpo e do social. Ou, usando as palavras do autor Paulo Ghiraldelli Junior: “Educação Física é um agente de saneamento público, na busca de uma sociedade livre das doenças infecciosas e dos vícios deteriorados da saúde e do caráter do homem do povo”.

A principal atividade realizada nas aulas de Educação Física dessa época era a Ginástica. Exercícios ginásticos eram feitos na tentativa de trazer saúde para quem os praticasse. O professor dizia o movimento, por vezes demonstrava, e os alunos deveriam repetir. Uma conseqüência moderna desse período é a grande quantidade de academias de Ginástica e da grande quantidade de adeptos, em busca de saúde ou de corpos bonitos como expostos pela mídia.


Educação Física Militarista

De forte influência dos militares, tinha por objetivo o “desenvolvimento harmônico do corpo. Desenvolvimento da personalidade. Aperfeiçoamento da destreza. Emprego da força e espírito de solidariedade”. Parece bonito dito desta forma. Mas a Educação Física Militarista no Brasil tinha o objetivo de formar o homem obediente e adestrado. Um autor chamado Lyra Filho, citado por Ghiraldelli Junior em seu livro afirma que um quartel é muito parecido com um estádio. Suas palavras exatas são essas:

O estádio, como o quartel, desperta o sentimento da obediência às regras das operações; adestra a capacidade aplicada ao raciocínio e à decisão; remarca o cunho da solidariedade e aprofunda os laços de respeito ao valor, à autoridade e ao dever. (Ghiraldelli Júnior, página 26).

A principal atividade feita nas aulas de Educação Física nesse período (que teve seu auge entre 1930 e 1945) era o exercício físico vigoroso. Para falar a verdade, é muito parecida com a aula da Educação Física Higienista, mas com uma rigidez maior. É desse período que vem a idéia de que alunos que não têm uma boa saúde não podem fazer atividade física. Bem, se o que eles queriam eram pessoas fortes, obedientes, adestradas, capazes de lutar, uma pessoa com problemas de saúde ou alguma deficiência física seria inadequada.

Que fique claro que isso hoje é algo que não se pode admitir, pois sabemos através de inúmeros estudos que atividade física é remédio para qualquer tipo de doença. Ou seja, os alunos que porventura venham a ter algum “impedimento” para praticar as aulas de Educação Física são os que mais precisam delas.

É exatamente por conta desse período, e de alguns professores ainda hoje continuarem com essa prática, que muita gente acredita que aulas de Educação Física são somente exercícios físicos e corridas. Mas não é uma verdade. Exercícios e corridas são atividades físicas. Portanto, são conteúdo da Educação Física. Mas não são o único. Devem-se fazer exercícios nas aulas de Educação Física, mas não com o mesmo objetivo desse período. Fazer exercícios em algumas aulas de Educação Física significa aprender como eles devem ser feitos, qual a intensidade, qual o propósito. O aluno precisa compreender por que está fazendo esses exercícios. E, naturalmente, com a grande quantidade de conteúdos, o professor não pode ficar, em todas as aulas de todo o ano letivo, em exercícios físicos extenuantes.


Educação Física Competitivista

Marcada pelo forte apelo aos esportes de competição oficiais, por um “culto do atleta-herói”, essa visão foi a predominante no regime militar. Foi o período que houve o maior investimento na educação física como um todo, mesmo que essa intenção não fosse com fins educativos. Nos livros, encontraremos que esse período iniciou-se em 1964 e durou até 1985. Mas a verdade é que ainda hoje vemos suas características nas aulas de Educação Física, principalmente nas escolas particulares, onde a disciplina é separada pelas modalidades. Esse é praticamente o único conteúdo da Educação Física em muitas dessas escolas.
Nesse período, o professor de Educação Física deveria preparar os alunos como se fossem futuros atletas. “Quer-se dar ao professor de educação física a convicção de que ele, por força da profissão é condutor de jovens, um líder e não pode aceitar ser conduzido por minorias ativas que intimidam, que ameaçam e, às vezes, conseguem, pelo constrangimento, conduzir a maioria acomodada, pacífica e ordeira.”
O grande objetivo, no entanto, era controle de massa. Historicamente falando, o jovem brasileiro teve grandes participações nas principais mudanças. O jovem brasileiro é dotado de uma inteligência imensa, e alimenta-se de esperanças como poucos. Mas tem um ponto fraco. O amor pelo esporte. No momento em que está concentrado em uma modalidade esportiva, não pensa em mais nada. Que melhor maneira seria para governar um país, se a intenção do governante é fazer o que lhe der na telha? Qual maneira? Dar ao jovem esporte. Pois então ele ficaria entretido com aquilo e não ia lhe sobrar tempo para discutir assuntos políticos.
Aliás, hoje ainda é assim. Copas do Mundo, Campeonatos Nacionais e Internacionais, jornais que falam de jogadores famosos, replays de lances maravilhosos ou duvidosos. Tudo isso prende o brasileiro de uma forma geral, em particular os homens. É mais fácil ver dois homens falando sobre futebol do que sobre política.
Fica fácil dizer como eram as aulas de Educação Física nesse período. Seu único conteúdo era o esporte. Por vezes, dividiam-se os bimestres, de maneira que em cada bimestre era visto um esporte. Em outras escolas, era feita uma espécie de “peneira”, onde o aluno escolhia o esporte no qual mais se identificava e o praticava durante todo o ano letivo. É exatamente desse período que vem a situação que ocorre muito hoje nas escolas particulares: quem é atleta da escola (está na seleção ou na escolinha) é dispensado das aulas de Educação Física.
Ainda existe um agravante, pois alguns professores acomodaram-se com a situação de que “estando o aluno em movimento, ele está fazendo Educação Física”. Como assim? Bem, como os homens gostam muito do futebol, e em quase todas as escolas, bem ou mal, há uma quadra, os professores acostumaram-se com uma prática que deu a esse profissional a fama de preguiçoso. Jogar uma bola para os alunos e deixá-los jogar livremente o futebol ou futsal. Quando muito apitavam o jogo, mas mesmo assim é muito pouco para o que a disciplina pode oferecer.
Daí a importância deste documento. Mostrar as razões históricas de certos pré-conceitos, e tentar abrir a mente para as possibilidades da Educação Física. Essas possibilidades não serão discutidas aqui, mas ao longo de todo o ano letivo nas aulas desta escola. Esperamos com isso que os alunos saiam de seus estudos com uma visão correta do que é a Educação Física, e não com a visão deturpada que muitos da sociedade ainda têm.

1.5 – NOVAS TENDÊNCIAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Embora a maior parcela da sociedade ainda seja sedentária, os que se mexem podem ser divididos entre praticantes de esportes e freqüentadores de academia de ginástica. Esse público vem aumentando cada vez mais superando os esportistas por razões simples. É mais difícil, por exemplo, reunir 22 pessoas para jogar bola, alugar espaço, se deslocar e etc. do que ir para uma academia.
Outro fato que pesa bastante é a questão do tempo disponível que as pessoas não têm mais com o ritmo alucinante do trabalho e excesso de tarefas diárias. Nos últimos dez anos o número de academias em todas as cidades praticamente dobrou exigindo também grandes investimentos na indústria de equipamentos, modernização e embelezamento dos ambientes e aperfeiçoamento dos profissionais.
As pessoas que procuram academia o fazem por dois objetivos básicos: melhorar a aparência ou a saúde e bem estar. Claro, quem melhora a aparência acaba melhorando também a saúde, mas se o foco for só isso corre o risco de excesso e acometimento de lesões. A faixa etária também é outro fator que mudou a "cara" da academia. Antes freqüentadas, na maioria por jovens, hoje nota-se uma grande procura pelos mais velhos, uma população mais fiel aos programas de ginástica desde que seja profissionalmente bem atendido. Se antes os cinqüenta anos significavam velhice e fim de carreira, hoje já não é muito raro pessoas trabalhando aos 60 anos e, se cuidando.
As atividades de ginástica também mudaram. Uma bicicleta ergométrica, quando muito tinha um velocímetro e a engrenagem de intensidade de esforço era precária tornando o exercício extremamente chato. Vieram as computadorizadas, umas até com programas pré-determinados para logo depois aparecer as de spinning cuja aula é comandada pelo professor simulando uma situação real de ciclismo de estrada embalada pelas músicas e envolvimento do ambiente especialmente criado para cada um render o seu máximo potencial.
Nos anos 90 surgiu o Body Systems, um conjunto de programas prontos de aulas de levantamento de peso (Bodypump), coletiva de bicicleta similar ao spinning (RPM), de dança (Bodyjam), de equilíbrio da mente e do corpo através das técnicas de Yoga e do Pilates (Bodybalance), de cama elástica (Bodyjump) e de artes marciais (Bodycombat). Embora o programa seja uma tentativa de monopolizar essas atividades, o clima da aula atende as expectativas do aluno com relação a resultado no corpo e do dono da academia que é obter lucro. Para acompanhar todas essas tendências, que na verdade é o processo de melhoria contínua, um item da Qualidade Total aplicado nas grandes empresas que buscam sucesso e lucro, é preciso também capacitar os profissionais com treinamento adequado à nova realidade. Já não basta simplesmente o diploma de graduação. Há poucos anos, com a regulamentação da profissão, tornou-se obrigatório a habilitação e devida inscrição no CONFEF (Conselho Federal de Educação Física) para todos os profissionais. Graduados ou não sem a devida inscrição nos respectivos conselhos de classe regional incorrem em exercício ilegal da profissão. Para quem não sabe essa irregularidade é crime.
A qualidade no atendimento hoje representa a peça chave para reter o cliente. É preciso saber quem é o freqüentador da parte da manhã, da tarde e da noite, saber dos seus anseios e criar programas específicos para eles. Existe uma forte tendência de mercado para os programas mais personalizados, mas não da forma tradicional vista como personal trainer para cada indivíduo tornando essa prática muito cara. Um profissional para cada quatro ou cinco alunos que possam executar um mesmo programa é mais acessível e bom para ambas as partes. Um lugar onde as pessoas se sintam bem recebendo orientação global para o físico e para a mente visando qualidade de vida pode deixar de ser academia e dar lugar aos centros de promoção de saúde e bem estar. O nome academia acabou ficando enraizado como local apenas de "malhação". Ou seja, voltado para o físico. O foco e a tendência da Educação Física está mudando como qualquer outro mercado.

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